terça-feira, 3 de setembro de 2019

Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Serra Talhada, Iguaracy, Itapetim, Tabira, Triunfo e Flores no Mapa do Turismo Brasileiro


Com 591 municípios a menos, o Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021 encolheu 18%. As regiões Norte e Nordeste registraram as maiores quedas percentuais: 29% e 20,3%. No caso de Pernambuco, a redução foi de 26,2%. Trinta cidades pernambucanas deixaram de figurar no mapa. No entanto, como houve a inclusão de três novos municípios (Paudalho, Ibimirim e Jataúba), o saldo negativo fechou em 27. No total, Pernambuco tem agora 76 cidades com vocação turística, distribuídas em 13 regiões de desenvolvimento. A nova configuração do Mapa do Turismo Brasileiro foi anunciada na última semana pelo Ministério do Turismo.

A redução é um golpe para o turismo estadual, principalmente porque a maior parte das cidades excluídas estão localizadas no interior. Entre elas, destacam-se Garanhuns (Agreste), que realiza o Festival de Inverno, e as sertanejas Serrita, palco da tradicional Missa do Vaqueiro, e Exu, que abriga o Museu de Gonzagão.

Na prática, estar fora do Mapa do Turismo inviabiliza as cidades de apresentarem projetos para atração de investimentos do governo federal, ficando restritas aos cofres municipais, estaduais e tentativas de emendas parlamentares. A entrada e saída de municípios depende do preenchimento de certos pré-requisitos.

Segundo a coordenadora-geral de Mapeamento e Gestão Territorial do Ministério do Turismo, Ana Carla Fernandes Moura, novas exigências foram debatidas em dezembro de 2018 com integrantes do setor e tornaram o processo mais rígido. “O Ministério não inclui ou exclui ninguém. Deixamos o sistema disponível para que os responsáveis alimentem com os dados que comprovem o cumprimento dos pré-requisitos. Queremos sempre ampliar o número de municípios, mas esse movimento de entrada e saída ocorre desde o primeiro mapa”, explica Ana Carla Moura.

O trabalho de sensibilização dos municípios pernambucanos por parte da Secretaria Estadual de Turismo e Lazer foi elogiado pela gestora federal, que o classificou como “referência”. Apesar dos esforços, o titular da pasta, Rodrigo Novaes, mostrou-se incomodado com a saída de cidades indutoras, como Garanhuns. “Acredito que algumas cidades realmente não têm condições de cumprir as exigências, mas em outros casos não há justificativa, é falta de interesse mesmo”, afirma. No entanto, o secretário garante que as cidades fora do mapa seguirão recebendo investimentos do Estado.

A secretária de Turismo de Garanhuns, Neile Barros, por sua vez, esclareceu que não conseguiu cumprir uma das novas exigências, que é o funcionamento de um Conselho de Turismo. “O nosso conselho é muito antigo, de pelo menos duas gestões passadas, e nós, apesar dos esforços, não conseguimos reunir os integrantes para retomada das atividades. Seguimos tentando para voltar ao mapa.”

A cidade de Gravatá, também no Agreste, celebrou a sua manutenção na lista e disse que está em busca de subir de categoria. Hoje a cidade é B, mas objetiva chegar na A, onde figuram apenas Recife e Ipojuca. “Estamos perseguindo esse objetivo com muito trabalho, principalmente por sermos uma cidade com apenas 80 mil habitantes, mas o caminho está traçado”, disse o turismólogo Patrick Serapião.

Já a secretária de Turismo do Recife, Ana Paula Vilaça, ressalta que figurar no topo do mapa é vital para ter prioridade nos investimentos. “Entre os projetos que aguardam liberação de verbas federais, estão os da reforma do Parque de Esculturas, orçado em R$ 2,5 milhões, e da Pracinha de Boa Viagem (R$ 1,5 milhão).”

Um dos três municípios que passaram a figurar do mapa, Paudalho, na Zona da Mata Norte, é rota de fé de milhares de turistas que acompanham a romaria de São Severino dos Ramos. E foi de olho nesse fluxo que o secretário de Cultura e Turismo municipal, Jobson Oliveira, diz ter se esforçado para cumprir as exigências e entrar no radar do governo federal. “Não entramos por acaso. Temos um propósito muito claro, que é fazer um projeto para conseguir uma linha de crédito oferecida pelo ministério para fomentar a questão da hospedagem. Precisamos fazer esse turista ficar pelo menos dois dias na cidade e oferecer melhor infraestrutura”, destacou.

Confira as regiões de Pernambuco no Mapa do Turismo Brasileiro:

CANGAÇO E LAMPIÃO: Flores, São José do Belmonte, Serra Talhada e Triunfo;

COSTA NÁUTICA COROA DO AVIÃO: Abreu e Lima, Goiana, Igarassu, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Paulista;

ENCANTOS DO AGRESTE: Agrestina, Altinho, Cupira, Panelas, São Joaquim do Monte;

ENGENHOS E MARACATUS: Aliança, Camaragibe, Lagoa do Carro, Nazaré da Mata, Paudalho, São Lourenço da Mata, Tracunhaém, Timbaúba e Vicência;

FÉ E ARTE: Arcoverde, Águas Belas, Belo Jardim, Bom Conselho, Buíque, Ibimirim, Paranatama, Pedra, Pesqueira;

HISTÓRIA E MAR: Cabo de Santo Agostinho, Fernando de Noronha, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca, Recife e Olinda;

HISTÓRICA, DOS ARRECIFES E MANGUEZAIS: Barreiros, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré;

ILHAS E LAGOS DO SÃO FRANCISCO: Belém do São Francisco, Floresta, Itacuruba, Jatobá, Petrolândia e Tacaratu;

MODA E ECOTURISMO: Jataúba, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Taquaritinga do Norte e Toritama;

SERRAS E ARTES DE PERNAMBUCO: Barra de Guabiraba, Bezerros, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Caruaru, Gravatá, Moreno, Sairé;

ÁGUAS DA MATA SUL: São Benedito do Sul e Quipapá;

ÁGUAS E VINHOS DO VALE DO SÃO FRANCISCO: Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista;

TERRITÓRIO DA POESIA E DA CANTORIA: Afogados da Ingazeira, Iguaraci, Itapetim, São José do Egito, Tabira. (JC ONLINE)

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